Hadashi no Gen / Mori Masaki / Excelente! |
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Ficha Técnica:
Título Original: Hadashi no Gen
Ano de Lançamento: 1986
Autor: Keiji Nakazawa
Diretor: Mori Masaki
País: Japão
Gênero: Anime, Animação, Drama, Família, Fatos Reais, Guerra, Histórico
Sinopse:
Gen, Pés Descalços é um mangá de Keiji Nakazawa. Vagamente baseado em experiências próprias de Nakazawa como um sobrevivente de Hiroshima.
O mangá rodou em várias revistas, incluindo a Weekly Shounen Jump, de 1973 a 1985. Posteriormente foi adaptado para três live-actions dirigidos por Tengo Yamada, esses foram lançados entre 1976 e 1980. A Madhouse lançou dois animes baseados no mangá, um em 1983 e outro em 1986. Em 2007, uma adaptação para uma série de televisão (live-action) foi produzida, sendo lançada ao ar nos dias 10 e 11 de agosto do mesmo ano. Entre 2000 e 2001, a Conrad Editora publicou no Brasil 4 volumes do Mangá. A série começa em 1945 em Hiroshima e arredores da cidade, onde o garoto de seis anos de idade, Gen, vivia com sua família. Depois que Hiroshima é destruída pela bomba atômica, Gen e outros sobreviventes são obrigados a lidar com as consequências da destruição. É o verão de 1945. Três anos se passaram desde a guerra entre o Japão e E.U.A. começou. Gen é um jovem rapaz que vive intensamente em de Hiroshima, que foi estranhamente poupada pelos bombardeamentos que aconteciam em quase todas as outras cidades japonesas. A comida é escassa, e a família de Gen está sofrendo de desnutrição grave, que enfraquece sua mãe grávida. No tempo livre, Gen e seu irmão Shinji, ajudam seu pai e sua mãe no trabalho e tenta certificar-se de que sua família sobreviva a esses tempos duros.
Poucos sabem, o que os americanos têm guardado para a cidade de Hiroshima e até o dia 6 de agosto de 1945, suas vidas estão prestes a mudar drasticamente.
Comentário:
Comentário:
“É a vida começando na mais fria
estação do ano. A chuva o molha, o vento o resseca, é amassado pelos pés das
pessoas, mas ainda assim o trigo nasce, se enraíza e cresce. Ele sobrevive.” –
Daikichi Nakaoka.
Interessante como uma metáfora
tem a eloquência de dialogar com convicção e graça, sendo verdadeira e
abundante em seus detalhes e desdobramentos, ampliando a visão de mundo, mesmo ela
estando desgastada e funesta. “Hadashi no Gen” soube fazer uso dessa figura de
linguagem, embora não se limite a uma história tipicamente de lição de vida, tal
como é a essência da frase citada, mas também possui a função de denúncia patriótica
(dependendo do ponto de vista do espectador), assim como conteúdo histórico
imprescindível, cujos personagens principais e figurantes não são meramente ensaiados
ao sacrifício, mas demonstrações verídicas de um fato, talvez nunca tão bem
construído em uma animação ou em um filme “live-action” de guerra, tanto no
aspecto físico como no psicológico, porém, nem sempre ambos em mesma coluna. O efeito
arrasador se hospeda na alma de quem assiste a essa obra, forçando-o a
emprestar seu tempo para esquecer tudo e se sentir parte da história, partilhando
da daquele incidente terrível.
A família pacífica e feliz mal esperava o que estava por vir. |
O filme é audacioso nessa
abordagem de não ser fisicamente implícito sobre os fatídicos acontecimentos que
marcaram a história da humanidade, ocorridos em 1945 durante o fim da Segunda
Guerra Mundial, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. É espantoso!
Pois o anime até então não dá sinais preparatórios que irá transitar
subitamente de um caminho a outro, opostos ao máximo (assemelha-se em mudança
de gênero); a não ser o desenrolar crível que a fita se baseia, sendo o desfecho
de conhecimento de todos. O contraste referido nesse sentido não é sobre tudo
está bem para em seguida tudo estar mal, porque a precariedade de vida dos
japoneses naqueles tempos de guerra é patente logo no início, todavia, a
maneira de tratar nas telas o dia trágico e suas consequências, evidencia-se e
muito o surrealismo nefasto. Isso de algum modo tem muita força expressionista
e se converte em qualidade dentro da animação, a mesclagem do contexto
histórico com a contundente representação visual têm boas chances de ativar,
além do normal, os sentidos do espectador e assim ter uma experiência inesquecível
durante a exibição, podendo ser boa ou ruim. Ambos os resultados estão direcionados
em uma causa, de fazer aquele que assiste a testemunha mais próxima possível,
mas isso vai do subjetivo de cada um.
Em “Gen – Pés Descalços”, anime
baseado no mangá de mesmo nome, criado por Keiji Nakazawa, temos a presença da
perspectiva pueril como protagonista, podemos ter certeza de que essa é uma das
razões seguras sobre o filme não perder a leveza, mesmo contando uma história
tão triste e densa, pois a criança não obscurece sua visão de mundo, ela vê a
vida em sua simplicidade adornada por seus desejos pessoais. Apesar de todo
cataclismo e perca de entes queridos, a película tenta manter viva a esperança
de um mundo melhor, não importa quantas vezes somos pisoteados, devemos ser
como o trigo que continua crescendo em meio ao conflito. Somente algo me
desagradou, que defino como uma das falhas mais relevantes da obra, de tentar
compensar a melancolia com a adição de um elemento na história, isso meio que
agride a inteligência do espectador por tamanha inocência, e pior, sem a mínima
necessidade. Não dá para falar muito sobre esse ponto sem soltar Spoiler, mas
quem já assistiu sabe do que se trata.
Até que acontece... |
Mesmo assim continua sendo um ótimo
filme dirigido por Mori Masaki, desconheço o restante de seus trabalhos, parece
que Gen foi seu único filme de destaque. Filme singelo, histórico, real e impactante,
que apesar de toda miséria, deixa um considerável sinal de esperança. Crescer
firme em terra, com raízes profundas, apesar de toda maldade, é a única coisa
que realmente temos em mão.
Avaliação: Excelente!
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