quinta-feira, 4 de março de 2021

Má Educação (2020)

 

Bad Education / Cory Finley / Bom.

Torrent Dual-Audio, legenda em português: https://filmestorrentbrasil.com.br/ma-educacao-torrent-2020-dual-audio-dublado-web-dl-720p-e-1080p/


Ficha Técnica: 

Título Original: Bad Education

Ano de Lançamento: 2020

Diretor: Cory Finley

País: Estados Unidos da América

Gênero: Drama

 

Sinopse:

Long Island, 2002. Frank Tassone trabalha como superintendente de colégios, gozando de imenso prestígio junto aos professores, pais e alunos da escola em que trabalha. Um dia, ao ser entrevistado pela adolescente Rachel para o jornal do colégio, ele a incentiva a sempre inserir sua assinatura própria em qualquer matéria que faça, por menor que seja. Inspirada pela conversa, ela resolve investigar sobre uma custosa empreitada que está prestes a acontecer, o projeto Skywalk, e acaba descobrindo uma série de fraudes na contabilidade da escola feitas pelo próprio Frank. 


Elenco: 

Alex Wolff 

Allison Janney

Hugh Jackman

 

Comentário:

Bem, para não dizer que não assistir nada dos indicados ao Critics Choice Awards 2021, vou tentar pelo menos ficar por dentro na categoria de Melhor Telefilme. Estreando minha maratona com esse bom filme, nada tão gritante ou que mereça maiores aplausos, não obstante, a qualidade técnica, as atuações, fotografia, são mesmo impecáveis. Diria que a obra fez bem em nos fisgar logo nos primeiros minutos, apresentando um superintendente da Roslyn High School (Hugh Jackman) vaidoso, elegante, dizendo poucas palavras contraditórias em seu privado. Mesmo quem não conhecia o caso (como eu), já poderia de cara deduzir que se tratava de um sociopata, esse foi o gancho da película para mim.
 

O nosso cinema atual abrange uma narrativa que propositalmente mostra um “plano de fundo” vazio, com mínimos estímulos para os sentidos, um toque de classe, sem exageros, sem a mínima intenção de impactar, buscando a delicadeza, a arte fina. Por alguma razão, lembrei de filmes como “Encontros e Desencontros” (2009 / Sofia Coppola), “Garota Exemplar” (2014 / David Fincher),“Ela” (2013 / Spike Jonze) e “O Grande Hotel Budapeste” (2014 / Wes Anderson), filmes que têm mais ou menos essa maneira de narrar, modesta de explicação e estímulo dos sentidos, mesmo que tenha muito, só sem a compulsão de fazer mais do mesmo. Gosto disso, embora em alguns momentos eu sinta falta de algo mais chamativo que agrade a dopamina fácil de um mero cinéfilo, rs.
 

PARE DE LER, SPOILERS

“Bad Education” é ágil, não perde tempo, faz o que tem que fazer e pronto, tendo gostado ou não. Não sei se é porque me desacostumei a assistir longas-metragens, contudo, achei tudo muito rápido aqui. Logicamente em primeira instância vemos o Frank Tassone super querido por todos, um exemplo de moral a ser seguido, inclusive pelos próprios colegas de trabalho, para poucos minutos depois toda sua máscara cair, sucumbindo numa prisão. Começa estimulando uma jovem a ir além da mediocridade e acaba pagando um alto preço por isso. Fiquei admirado que casos de corrupção nos Estados Unidos são tratados como crimes hediondos, eles levam muito a sério esses crimes, aqui no Brasil chega a ser até “normal”, “tá tudo bem”. Ambas as partes tem a impunidade, porém, no Brasil é insuperável. Senti falta de uma “luta” maior por parte do protagonista, ele simplesmente foi descoberto e pego. Tive a impressão que o roteiro quis polemiza-lo ainda mais por se envolver com dois homens, mostrando os casos como forma de surpresa e com elementos narrativos chocantes, no tocante à vida dupla, secreta, dizendo ser viúvo há mais de 30 anos. Sim, é baseado em fatos reais, no entanto, o elemento surpresa é deliberadamente inserido.
 

Adorei a atuação do Hugh Jackman, veemente e moderado, pura simpatia. Quase entrando na categoria de grandes atores como Michael C. Hall, Sean Penn, que se entregam totalmente à Sétima Arte, interpretando papéis de homossexuais. Isso ainda me deixa muito admirado. Todo o elenco está muito bem, a coadjuvante Allison Janney dispensa comentários, embora não faça nada além do que é preciso. Destaque maior fica para Hugh Jackman com uma boa performance, tranquila, sem grandes motivos para maiores alardes.
 

Em alguns momentos tive que interromper para “printar” cenas da película, que mais pareciam quadros de uma belíssima pintura. Excelentes enquadramentos que fizeram um opíparo par com a trilha sonora e narrativa, intercalando ópera com uma faixa sonora minimalista pulsante, fina, intrigante nos lances de suspense, indicando que a bomba iria estourar... E estourou.
 

“O crime não compensa.” - Assim poetizou algum poeta, rs. Hugh Jackman transmite muito bem a sensação de ficar no fundo no poço, de perder tudo o que conquistou e que nada que fez de sórdido valeu a pena. Nem sempre o melhor é o caminho mais fácil. Quantas vezes já desejamos voltar desesperadamente ao passado para consertar algum grave erro que cometemos? Esse final é tudo isso e talvez a melhor mensagem moral da fita. Obrigado aos que leram e até mais.

 Avaliação: Bom.