Koroshiya / Takashi Miike / Bom-Excelente! |
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Ficha Técnica:
Título Original: Koroshiya
Ano de Lançamento: 2001
Diretor: Takashi Miike
País: Japão
Gênero: Ação, Comédia, Drama, Thriller, Policial
Sinopse:
Anjo, um chefe da máfia japonesa, a Yakuza, desaparece com três milhões de ienes. Os membros de sua gangue, liderados pelo masoquista Kakihara (Tadanobu Asano), saem em busca de Anjo, mas os métodos extremamente violentos do novo líder acabam chamando a atenção negativamente de gangues rivais. Tudo piora quando ele contrata o misterioso assassino psicopata Ichi (Nao Omori), controlado por um policial aposentado.
Elenco em destaque:
Shinya TsukamotoSusumu Terajima
Tadanobu Asano
Comentário:
A base da história de “Ichi – The Killer” é comumente
simples, mas não acaba dessa maneira devido a traços e caminhos que nos levam a
pensamentos mais complexos sobre o surgimento de inúmeras situações e atitudes
chamativas das personagens destaque. Li um texto sobre o trabalho de Hideo
Yamamoto, criador do mangá de mesmo título (Koroshiya 1 – Ichi the Killer /
1998 – 2001) que deu origem a esse filme do Takashi Miike, e dá para perceber
que o mangá é notoriamente mais abrangente (aliás, comentário desnecessário,
né?), dando base de entendimento a questões que o leitor vai fazendo no
percurso da leitura. No filme, isso fica meio confuso, mas na revisão do longa
obtemos um melhor esclarecimento. No mangá, por exemplo, parece ter uma
profundidade mais proveitosa sobre o trauma de Ichi, [Spoilers] que presenciou
uma constrangedora cena de estupro, a ponto de associar violência ao desejo
sexual (não é a toa que quando Ichi termina a sua chacina, fica excitado, e ao
mesmo tempo, deprimido). Também é interessante destacar o fato de Ichi ter se
tornado um grande mestre de Karatê por ter sido vítima constante de Bullying, o
treinamento foi tal que transformou as suas pernas em poderosas armas, tanto em
velocidade como em força, agora imagine isso com uma lâmina retrátil no
calcanhar de seus calçados, além das manipulações hipnóticas de Jijii que
induziam quase toda essa sua enorme energia. Não seria, de fato, um ser
aterrador, capaz de matar até sem querer? O “poder” assassino do Ichi na obra
cinematográfica pode até não convencer tanto, parece ser apenas um jovem
ingênuo e com profundos problemas, que adquiriu aquelas capacidades somente por
conta de sua complexidade psicológica. No entanto, acredito que a intenção seja
justamente reforçar ainda mais esse contraste, tal que aceitamos bem a
personagem. “Ichi – O Assassino”, apesar de toda sua polêmica, a densidade de
sua violência meio que evapora por influência do humor, cuja impressão fica
apenas no visual, exigindo que nós, espectadores, busquemos um sentido mais
plausível por conta própria, pois meio que parece que o filme não faça questão
disso. O final é um deleite e deixa muitos pontos de interrogação para um
debate, palavras e expressões como delírio, conspiração, vingança, vazio
existencial, depressão, engenhoso, insanidade etc., são inevitáveis. Um ótimo
filme, tanto como diversão sádica e fonte de lucubração sobre as possíveis
loucuras do ser humano.
Avaliação: Bom-Excelente!